No mercado financeiro, existem diversas ferramentas que auxiliam os credores de financiamentos, e uma delas é a tabela Price, ou sistema Price, amplamente conhecida por quem está financiando um imóvel.
Esse sistema de amortização, assim como outras opções disponíveis, apresenta vantagens e desvantagens. No entanto, dependendo das condições do contrato, pode ser a alternativa mais adequada para o pagamento do financiamento.
Neste artigo, vamos abordar em detalhes o que é o sistema Price, como ele funciona, suas principais vantagens, as diferenças em relação a outros sistema de amortização e em quais situações ele é a melhor escolha.
Sistema Price: Origem e funcionamento
O sistema Price foi criado no século XVII pelo francês Richard Price, com o objetivo inicial de facilitar o pagamento de aposentadorias e pensões. Com o passar do tempo, o modelo foi incorporado ao mercado financeiro e, hoje, é um dos métodos mais conhecidos para parcelamento de compras a prazo, como no caso de financiamentos imobiliários.
No sistema Price, as parcelas permanecem fixas durante todo o período de pagamento. No entanto, os juros cobrados no início são elevados, já que a taxa é aplicada sobre o saldo devedor total. Conforme as parcelas são pagas, a amortização aumenta e os juros diminuem, até que o saldo devedor seja quitado por completo.
Como funciona a Tabela Price?
A Tabela Price calcula parcelas fixas desde o início do financiamento, com juros aplicados de forma decrescente sobre o saldo devedor.
No começo do pagamento, as parcelas são compostas principalmente por juros. Contudo, conforme as parcelas avançam, o saldo devedor diminui, reduzindo os juros incidentes e aumentando o valor destinado à amortização.
Esse modelo é especialmente vantajoso para quem espera um aumento na renda ao longo do tempo, pois permite pagar as parcelas finais do financiamento com maior facilidade.
Fórmula de cálculo
A fórmula utilizada para calcular as parcelas na Tabela Price é:
P = (PV × i) ÷ [1 – (1 + i)^-n],
onde:
- P: valor da parcela;
- PV: valor principal (valor financiado);
- i: taxa de juros;
- n: número de parcelas.
O cálculo é feito pela instituição financeira, garantindo um valor fixo para as parcelas.
Exemplo prático
Se você financiar um imóvel de R$300 mil com uma taxa de juros de 1%, a primeira parcela será de R$9.250,00. Desse valor, R$3 mil correspondem aos juros e R$6.250,00 à amortização. Após o pagamento, o saldo devedor será de R$293 mil, e os juros da próxima parcela serão calculados sobre esse montante, reduzindo gradativamente o saldo devedor.
Quais são as vantagens da Tabela Price?
A Tabela Price oferece previsibilidade financeira, já que as parcelas têm valores fixos. Isso facilita a criação de um orçamento familiar, permitindo que você saiba exatamente quanto precisará desembolsar ao longo do financiamento.
Outra vantagem é a possibilidade de quitar as parcelas finais do financiamento com um capital extra ou renda inesperada, reduzindo o saldo devedor e os juros.
Além disso, como as parcelas fixas não sofrem reajustes ao longo do contrato, é possível se planejar financeiramente com maior segurança.
Tabela Price x Tabela SAC
Ao optar por um financiamento imobiliário, é necessário escolher um modelo de amortização: Tabela Price ou Tabela SAC.
Na Tabela Price, as parcelas são fixas, e os juros diminuem gradualmente, enquanto a amortização aumenta. No entanto, nas primeiras parcelas, a maior parte do valor é destinada ao pagamento de juros.
Na Tabela SAC (Sistema de Amortização Constante), a amortização permanece constante, mas os juros decrescem. Isso faz com que as parcelas iniciais sejam mais altas e diminuam ao longo do financiamento.
Quando escolher cada sistema?
Ambos os sistemas de amortização apresentam vantagens e desvantagens, mas, para saber qual se adequa melhor à sua realidade, é preciso levar em conta quais são seus planos e como está seu orçamento.
- Escolha a Tabela Price se você prefere parcelas fixas e previsíveis ou espera crescimento na renda ao longo do tempo.
- Opte pela Tabela SAC se deseja pagar parcelas mais altas inicialmente e reduzir os valores ao longo do tempo.
Antes de decidir, é fundamental analisar o CET (Custo Efetivo Total), que engloba juros, taxas administrativas e outros encargos, comparando os custos totais dos dois sistemas.
Quando optar pelo Sistema Price?
O Sistema Price é uma boa escolha para quem espera crescimento profissional e aumento de renda, pois as parcelas finais podem ser quitadas mais facilmente, reduzindo o saldo devedor e os juros.
Além disso, para famílias que precisam de previsibilidade no orçamento, as parcelas fixas do sistema Price oferecem tranquilidade financeira, sem surpresas ou cobranças inesperadas.
Esse modelo também é ideal em cenários de baixa inflação, onde a renda não sofre grandes impactos ao longo dos anos, tornando possível manter o pagamento regular das parcelas.
Por outro lado, se o orçamento inicial é apertado e parcelas mais altas, como as da Tabela SAC, são inviáveis, o sistema Price pode ser a alternativa mais adequada.