Nos edifícios de São Paulo estão cada vez mais comuns os sistemas de aquecimento solar
Despesas com energia podem cair até 95% com sistemas fotovoltaicos ou de aquecimento solar de água e ainda ajudam a valorizar o empreendimento, facilitando venda e locação
O uso de sistemas de aquecimento e, sobretudo, geração de energia solar em apartamentos vem crescendo sistematicamente, com benefícios tanto econômicos, para os moradores, quanto para o meio ambiente.
Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), por exemplo, indicam que já existem 1,1 milhão de sistemas de geração residencial no País, com um potencial, somado, de 7,5 megawatts (MW). Segundo o levantamento da entidade, com os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a energia elétrica fotovoltaica tornou-se a segunda maior fonte da matriz energética brasileira, com 11,2% da capacidade nacional.
A pesquisa mostra que o volume de 23,9 gigawatts (GW) de potência instalada, a energia gerada a partir de painéis solares passou à frente da eólica (23,8 GW), com 11,1%, ficando atrás apenas das fontes hídricas (109,7 GW), que ainda respondem por 51,3% do parque nacional. De acordo com o levantamento, os 23,9 GW estão distribuídos em 16 GW de geração distribuída, instalada em telhados e pequenos terrenos e 7,9 GW de geração centralizada, com origem nas grandes usinas.
Benefícios do uso de energia solar em prédios
O principal benefício da energia solar é o baixo impacto ao meio ambiente e a economia gerada nas faturas de energia. A instalação, seja ela de painéis de aquecimento ou módulos de geração solar, pode gerar uma redução de 40%, no caso do aquecimento e a 95%, quando se trata dos sistemas de geração de eletricidade. Há, ainda, o benefício de o empreendimento ser visto como ambientalmente mais correto. Em conjunto, esses dois fatores, tendem a contribuir para a valorização do imóvel e maior facilidade, por exemplo, para locação – uma cartilha do Ministério do Meio Ambiente (MMA) indica que empreendimentos que possuem maneiras eficientes de minimizar os impactos ambientais se valorizam de 10% a 30%.
Por fim, no caso dos sistemas de geração, como boa parte da energia do empreendimento acaba sendo produzida “em casa” (não sendo, portanto, adquirida da rede pública), há um menor risco em relação, por exemplo, a grandes reajustes relacionados a períodos de seca, em que o custo de produção de energia sobe e, com ele, as contas de luz.
Custo de instalação de sistemas de energia solar
O tempo de instalação, tanto no caso dos sistemas de aquecimento quanto dos geradores solares, é de cerca de uma semana. Já o custo, a título de exemplo, é de cerca de R$ 15 mil para um imóvel cuja conta mensal de energia gira em torno de R$ 500 – valor que vem caindo. Em 2021, por exemplo, esse custo seria de cerca de R$ 18,5 mil. “Hoje em dia, temos uma maior concorrência, tanto por parte dos fornecedores de equipamentos, quanto de instaladores, em si”, explica o gerente operacional da Rigel Solar, Adilson Fiorindo.
O principal desafio, quando se fala da instalação desses dois tipos de sistemas em edifícios, diz respeito à área para a instalação dos painéis e módulos solares. Em média, cada módulo gerador possui 2,10 metros quadrados; já os painéis de aquecimento têm cerca de 2 metros quadrados, em média. Mesmo assim, explica Adilson, é possível instalar as unidades com grandes ganhos de economia, sobretudo no caso dos sistemas de geração, que não exigem, como no caso dos aquecedores, a presença de um boiler – espécie de caixa d’água onde a água aquecida pelos painéis fica armazenada.
Conta de Energia praticamente zerada
Adilson Fiorindo conta que, em boa parte dos projetos de geração, é possível praticamente zerar a conta de luz, na medida em que a eletricidade excedente gerada durante o dia e enviada à rede elétrica, gera créditos que compensam a energia consumida à noite pela concessionária. Há casos, por exemplo, de condomínios em que a conta de luz das áreas comuns caiu de R$ 6 mil para R$ 190 por mês. “O retorno do investimento em sistemas de geração solar costuma ser relativamente rápido, de em torno de 2 a 4,5 anos, dependendo do consumo”, explica. Ele lembra que a vida útil dos módulos de geração é de cerca de 25 anos, enquanto nos painéis de aquecimento, esse tempo é de 10 anos.
Vale lembrar, ainda, que os sistemas são projetados para gerar economia para os empreendimentos, mesmo em períodos de menor incidência de sol — períodos nublados ou chuvosos e dias mais curtos no inverno, por exemplo. “Em todo o Brasil, é possível instalar esses sistemas com bastante sucesso”.
Como funcionam os sistemas solares de energia?
O sistema de aquecimento solar de água (energia solar térmica), utiliza coletores, compostos de mantas e canos de cobre, com vidro temperado. Há um sistema de canos conectando a caixa d'água aos coletores e estes ao boiler, que é uma câmara fechada, que armazena a água quente. Este sistema pode reduzir em 40% a conta de energia em uma residência.
O sistema de energia fotovoltaico utiliza módulos solares compostos de células fotovoltaicas, fabricadas com materiais semicondutores, como o silício. Quando a luz solar irradia na placa, é criada uma corrente elétrica, que chamamos de Energia Solar Fotovoltaica, em corrente contínua DC. Essa corrente gerada é passada pelo inversor, que transforma em corrente alternada, própria para o uso na residência.
O sistema é projetado para gerar todo o consumo de energia da casa, durante o período diurno. Desta forma, o excedente gerado, é enviado à rede elétrica da concessionária, através do relógio bidirecional, gerando créditos que diminuem o valor a ser pago na conta de energia.