Praticidade e home office dão o tom nas tendências de arquitetura e decoração
A popularização do trabalho em home office – consequência pandemia da Covid-19 e do isolamento social imposto pela doença – e de conceitos ligados ao minimalismo e à praticidade deverão dar o tom nas tendências de decoração na segunda metade de 2020 e nos próximos anos.
A ideia de que os apartamentos SP (mesmo os menores) devem servir, ao mesmo tempo, como espaço de descanso, de trabalho remoto e até de atividade física pode e deve estar no radar de quem está reformando um imóvel usado ou equipando um novo, recém-adquirido, conforme observa o arquiteto e designer Eduardo Batistelli, do escritório Batistelli Arquitetura e Design.
Nesse contexto, ganham destaque os móveis mais versáteis, que unem beleza, estilo e ergonomia. Cadeiras e mesas leves e estilosas, capazes de, ao mesmo tempo, oferecer um jantar sem fazer feio, realizar uma call ou mesmo participar algumas aulas via EAD (Educação à Distância) já estão em alta.
Tendência: a mesma cadeira serve para a mesa de jantar...
...e para a realização de reuniões virtuais
A ideia do lar como ambiente de trabalho tem consequências, também, na questão do planejamento da distribuição dos espaços no imóvel. “A quarentena nos obrigou a mudar hábitos. O planejamento em relação à existência de espaços específicos para trabalho ou estudo, à qualidade do sinal de internet e à ergonomia dos móveis (que, se possível, não devem ser pesados, permitindo uma maior mobilidade) passou a ganhar uma maior importância”, avalia Batistelli.
Móveis leves (de fácil deslocamento) e confortáveis também ganham destaque
Para aqueles que buscam um investimento maior no home office, as cadeiras de escritório com ergonomia perfeita e ajustes de altura, as escrivaninhas e as bancadas bem projetadas, tornarão o trabalho ou o estudo mais produtivos, seja num apartamento no Centro de SP, numa casa no campo ou em qualquer outro lugar.
Também como consequência da pandemia e do novo cenário econômico, ganha importância uma preocupação com a racionalidade dos gastos. Do ponto de vista da arquitetura e da decoração, essa nova realidade se traduz em móveis mais duráveis e de cores neutras e tons pastéis e coringas, que tendem a ser menos reféns das novas tendências de estilo e de eventuais mudanças de endereço — situação em que, muitas vezes, a mobília não combina com as cores e o estilo do novo lar.
Cores claras e coringas ajudam a racionalizar o orçamento
Nos espaços destinados ao lazer e ao relaxamento, ganham destaque os sofás ultraconfortáveis para assistir à TV ou ler um livro e os móveis leves e versáteis, que podem ser movimentados com facilidade, abrindo espaço, por exemplo, para uma sessão de exercícios, na falta de uma academia.
Sofás ultraconfortáveis também estão em alta
Tratando especificamente dos imóveis menores, como um apartamento studio, Batistelli destaca que a escolha de revestimentos duráveis e de fácil limpeza para pisos e paredes (como porcelanatos e azulejos) continuará em alta. “Tetos e paredes de cores claras, que reduzem a necessidade de iluminação durante o dia e luminárias e lâmpadas eficientes e bem distribuídas, reduzindo o gasto de energia também ganham importância”, explica.
Ele destaca, por fim, que nos apartamentos em São Paulo de faces Norte ou Oeste, mais quentes, havendo a infraestrutura necessária, um bom equipamento de ar condicionado é fundamental.