O isolamento social aprofundou uma série de tendências relativas ao uso dos imóveis. A principal questão diz respeito à valorização do lar como ‘espaço de fruição’, conforme aponta um estudo da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). “Nunca se viveu tanto em casa”, afirma a entidade. A Abrainc elenca um total de 13 tendências para o pós-pandemia, sendo, uma delas, uma maior atenção ao paisagismo.
As melhores plantas para apartamentos:
-Lança-de-São-Jorge
-Cactos
-Palmeira ráfia
-Begônia
-Zamioculca
-Peperomia
-Samambaia
-Pleomele e dracena
-Jiboia
-Pacová
Essa tendência pode reforçar um aumento do interesse por plantas de interior e seus cuidados. Antes, no entanto, de ‘pôr a mão na terra’ é importante conhecer as espécies mais indicadas para cada tipo de ambiente e as dicas básicas em termos de cuidados.
A primeira questão diz respeito à oferta de água. Sandra Maronezi, da Solandra Paisagismo, explica que não há uma regra universal em relação às regas. Mesmo uma mesma espécie de planta pode exigir cuidados diferentes dependendo, por exemplo, da quantidade de sol que recebe, do perfil do solo e até mesmo da quantidade de vento a que está exposta. Há, no entanto, uma maneira relativamente simples de saber se é preciso regar mais ou menos uma planta: é com base no ‘dedômetro’. “Basta enfiar a ponta do dedo na terra. Se sujar, mas pouco, é bem provável que a quantidade de água esteja suficiente. Agora, se perceber que a terra está seca e dura, é preciso regar. Por outro lado, se o dedo ficar ‘enlameado’, é hora de diminuir a quantidade de regas”, explica. A dica vale para a maioria das espécies, mas não funciona, por exemplo, com cactos, que vão bem em solo seco.
Outra questão fundamental diz respeito à incidência de luz. A dica da arquiteta e paisagista Viviane Callegari Mori, da Jardineira Paisagismo, é observar os sinais que a planta apresenta. Folhas amareladas, por exemplo, costumam ser um sintoma de excesso de luz. Já as folhas murchas são um indicativo de falta de incidência de luz. Uma forma simples de controlar a luminosidade que as folhas recebem, segundo ela, é, diariamente, sempre que for regar, virar um pouco o vaso. A regra, claro, tem exceções. Uma delas é a samambaia, que não aceita muito bem mudanças. “Nesse caso, o momento mais apropriado é na adubação”, explica ela.
A seguir, apresentamos 10 variedades e os cuidados que exigem:
1. Lança-de-São-Jorge (dracaena trifasciata)
Planta bastante indicada para apartamentos studio por ocupar pouco espaço vertical e ser de fácil cultivo, podendo ficar até um mês sem receber água. Essa vocação é reforçada pelo fato de exigir pouca luz. A ‘prima’ espada-de-São-Jorge possui as mesmas características, embora já tenha sido mais popular como planta ornamental.
2. Cactos (cactaceae)
Líderes em popularidade quando o assunto são plantas ornamentais são, também, campeões em termos de facilidade de manutenção. Originários de regiões áridas e, portanto, sujeitas a pouca oferta hídrica, praticamente não exigem regas, embora tenham uma certa exigência do ponto de vista de iluminação.
3. Palmeira ráfia (raphis excelsa)
Muito utilizada em escritórios, é charmosa e, por ter folhas relativamente rígidas, resiste bem ao ar-condicionado. Também é de fácil manutenção. O fato de ser originária de áreas tropicais faz com que demande uma certa quantidade de regas e de luz, mesmo que indireta.
4. Begônia (begoniaceae)
Planta de grande beleza (sobretudo pelas flores), demanda uma maior atenção dos que as anteriores, exigindo de duas ou três horas de sol diárias (preferencialmente no início da manhã ou do fim de tarde). O florescimento depende, justamente, da oferta de luz. Sendo assim, uma boa estratégia para quem possui apartamentos SP com varanda é deixar a planta nessa área transportando-a, depois do florescimento, para ambientes em que ganhe mais destaque, como a sala ou a cozinha.
5. Zamioculca (zamioculcas zamiifolia)
Outra ‘campeã de preferência’, possui um caule grosso, capaz de armazenar uma boa quantidade de água, o que, por sua vez, faz com que precise de poucas regas. Assim como no caso dos cactos, só exige água quando a terra está seca no ‘teste do dedômetro’. “A planta é uma das que menos precisam de sol”, destaca Viviane, da Jardineira Paisagismo.
6. Peperomia (peperomia obtusifolia)
Planta pendente que vai bem em ambientes internos, exigindo, no entanto, ao menos duas horas de luz solar por dia. A do tipo variegata (uma mistura de tonalidades verdes e amarelas) é muito usada em jardins verticais e exige iluminação indireta (telhas transparentes ou incidência parcial). Possui uma boa reserva de água e demanda poucas regas, a cada dois ou três dias.
7. Samambaia (nephrolepis exaltata)
Uma espécie de ‘clássico das plantas domésticas’, exige um certo cuidado para se manter bem viçosa. Regas diárias e adubação periódicas, além de eliminação das folhas amarelas fazem parte da rotina de cuidados.
8. Pleomele e dracena (todas do gênero dracaena)
Muito usadas em escritórios e na decoração de interiores, em geral, são bastante resistentes e não exigem muita manutenção, indo bem mesmo em ambientes com ar-condicionado — bastando borrifar água sobre as folhas periodicamente para que não sofram com a baixa umidade resultante do uso desses aparelhos. Como são arbustivas, no entanto, os vasos necessitam de algum espaço.
9. Jiboia (epipremnum pinnatum)
Outro ‘clássico’ das plantas de interior. Sendo uma espécie de trepadeira, pode ser orientada em relação à área onde irá crescer — é possível instalar clipes nas paredes ou no teto, por exemplo, ou ainda suportes ou painéis de treliça como guia. Exige alguma luz e um certo cuidado em termos de irrigação, embora não em excesso.
10. Pacová (philodendron martianum)
Excelente para ambientes internos, exige pouca rega (já que, assim como a zamioculca, possui caule grosso, com boa reserva de água) e alguma quantidade de sol, de preferência, luz filtrada.
As opções, como se percebe, são muitas, assim como os cuidados que cada variedade exige. Para aqueles que pensam em dar um toque a mais de verde no apartamento, portanto, não há desculpa para não começar.