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Onde morar
17 de Fevereiro de 2021.

Pinheiros e sua relação histórica com a arte

A história de Pinheiros é carregada de muita tradição e grandes mudanças. De acordo com diversos historiadores, é o bairro mais antigo da cidade, criado no século XVI a partir de um assentamento tupi às margens do Rio Grande (velho nome para o Rio Pinheiros), onde hoje fica o agitado Largo da Batata.

A construção do campus da Universidade de São Paulo, do outro lado do rio, já nos anos 1960, fez a região atrair mestres e estudantes, fermentando o caráter cosmopolita e vanguardista do bairro, habitado até hoje por gente que gosta de ler, discutir ideias, ir ao cinema, ao teatro, aos shows e aos concertos – e ainda com uma queda pela boa mesa. Assim, o bairro foi ganhando a aura de caldeirão cultural que o caracteriza.

Em sua história mais recente, a presença de algumas instituições coroou a tradição cultural de Pinheiros. O Instituto Tomie Ohtake, em homenagem à artista plástica de linhas zen, foi fundado em 2001. Ali os paulistanos já puderam ver exposições de Salvador Dalí, Frida Khalo, Louise Bourgeois, Picasso, Yoko Ono e outros nomes de peso.

O Sesc também instalou na região apelidada de Baixo Pinheiros uma de suas fábricas de cultura, de onde brotam música, cinema, teatro, artes visuais e em cujos equipamentos esportivos também é possível cuidar da saúde e do bem-estar. O Sesc Pinheiros conta com uma das salas de espetáculos mais modernas da cidade e desfila várias gerações de talentos em seu palco – dos gênios da bossa nova ao teatro imagético do diretor americano Bob Wilson.

Outro centro importante de difusão de arte é a Unibes Cultural, prédio de arquitetura ousada e acolhedora que abriga eventos, feiras multiculturais de arte e gastronomia, cursos, exposições e performances de música, dança e teatro.

A relação de Pinheiros com a cultura é tão arraigada que o bairro é um dos poucos que ainda mantém aberto um cinema de rua. A simpática Cinesala (que já foi o Cine Fiametta, inaugurado nos anos 1950) programa o melhor do cinema de arte brasileiro e internacional. Há um bar de coquetéis no hall de espera para moradores de apartamentos em Pinheiros ou visitantes que gostam de molhar a ideia antes da projeção ou pretende começar ali mesmo um roteiro pelas inúmeras possibilidades etílicas e gastronômicas que o bairro oferece.

 

Ver e ler Pinheiros

Para viver a cultura em Pinheiros, porém, você não precisa estar dentro do prédio de uma instituição ou de uma sala de espectáculos. A arte acontece vivamente a cada passeio pelo bairro, com as cores que grafiteiros e muralistas imprimem nas ruas. Pinheiros e a vizinha Vila Madalena são repletas de obras nos muros, nas fachadas das lojas, nas escadarias que interligam altos e baixos de uma região rica em declives.

O tortuoso Beco do Batman, no limite entre os dois bairros, é uma das grandes galerias a céu aberto da cidade, com graffitis sempre renovados e um público curioso, que transformou o pedaço em ponto turístico.

A galeria Choque Cultural nasceu em Pinheiros valorizando o trabalho de artistas de rua e lançando no mercado formal nomes como Speto, Zezão, Jaca, Daniel Melim e Mariana Martins. Um giro pelo bairro nos levará a outros tantos lugares onde é possível conhecer o trabalho de artistas plásticos contemporâneos – em galerias como b_arco, Bolsa de Arte, Estação, Millan e Raquel Arnaud.

Um refúgio para o frenesi de Pinheiros, quando necessário, pode estar na Livraria da Vila da Fradique Coutinho, onde é possível escolher suas próximas leituras com muita calma, bebendo um café ou conversando com os vendedores, sempre atentos às novidades editoriais e com ótimas dicas para compartilhar. Ponto perfeito para encontrar amigos que gostam de papo e de leitura e dali lançar-se a uma nova aventura.

Quer ainda mais paz e recolhimento? Os clássicos da literatura você vai encontrar em uma das bibliotecas municipais mais charmosas da cidade, a Alceu Amoroso Lima, na esquina da Henrique Schaumann com a Cardeal Arcoverde. Instalada em um prédio horizontal de linhas modernas, a Alceu (como é chamada carinhosamente) preza por seu acervo de poesia e uma programação que inclui batalhas de poema falado, contação de histórias e pequenos shows musicais. É um dos lugares em que pequenos pinheirenses e outros moradores de apartamentos em SP começam a cultivar sua paixão pela arte e pela cultura.

O bairro que ganhou seu primeiro traço cultural com a chegada da mais conhecida universidades do País segue se reinventando e sendo uma espécie de vanguarda nas atividades culturais da cidade.